quinta-feira, 17 de maio de 2007

Quem sou eu?

Por que será que a cada dia me sinto mais distante das outras pessoas do mundo? Por que quando tenho problemas e converso com alguém, a pessoa sempre tira a conclusão errada da causa do meu problema?

Por que quando um dia peço da minha mãe o dinheiro que ela está guardando pra mim e ela diz pra eu pegar só parte da quantia, afirmando que usará o restante para outras finalidades. Eu fico com raiva, digo que o dinheiro é meu e já é pouco e que ela não tem o direito de se apropriar dele sem ao menos saber se eu já não o comprometi com outras coisas (eu estava pretendendo comprar um monitor pro meu computador). E ela responde que eu posso pegar meu dinheiro, mas que ela me recomendava guarda-lo e pensar bem em como eu iria me alimentar quando ele acabasse, fazendo uma menção de que ela iria me deixar passar fome se eu não poupasse meu dinheiro, pra mim ou pra ela. Eu fico arrasada, sofro, choro e penso em como acabar com essa dor. Ligo e converso com alguém. Tempos depois fico sabendo que essa pessoa com quem conversei concluiu que eu queria me matar porque minha mãe não quis comprar um monitor pra mim. ¬¬

Isso parece coerente ou obvio pra alguém? Pois pra mim não! Eu não quis me matar porque minha mãe não me deu um monitor! E nem porque não me deixou pegar todo o meu dinheiro e torrar, mas sim porque ela disse que eu ia passar fome! De novo! Ela já havia falado isso em outra briga. E eu não admito uma mãe pensar, cogitar, muito menos desejar ou espraguejar isso a um filho!

Agora por que a tal conclusão de que era por causa de um monitor? Será que eu sou uma pessoa fútil aos olhos dos outros a ponto de pensarem uma infâmia assim de mim?!? Porque só sendo MUITO fútil pra pensar em morrer porque não ganhou o que queria. E NÃO FOI o meu caso.

Sei que algumas pessoas me consideram burguesa por andar num carro do ano e morar num apartamento confortável. Mas e daí? Qual o crime nisso? O que isso prova? Que alguém ao meu redor batalhou pra bancar essas coisas. Mas se eu desabafei com essa pessoa é porque ela sabe o suficiente da minha vida pra saber que quem bancava esse conforto todo não "existe" mais, pelo menos não mais ao meu lado. E então? Por que? Porque eu não tenho muito apego a meus bens materiais e quando tenho $30 reais não me importo de gastá-los todos com amigos? Essas pessoas ao invés de se sentirem lisonjeadas por estarem na mesa a qual intitulo de “mesa dos meus amigos”, acham que estou esbanjando, ostentando, me exibindo ou que tenho sobrando??

Eu teria uma resposta simples, objetiva e até obvia pra todas essas indagações, se eu as estivesse lendo: você que está andando com as pessoas erradas! Mas será mesmo? Em um caso ou outro a gente erra. Quando o erro se torna recorrente o problema é com a gente. Mas quando os erros ainda estão num limbo?? Num meio termo entre não serem muito nem poucos o suficientes os que pensam errado de mim. Quem está errado? Eu poderia tentar fugir de uma resposta exata, já que se trata de seres humanos, e acreditar em parcela de culpa ou tentar uma estatística matemática, mas pensando nas pessoas em questão, em suas participações tão diversas na minha vida e em suas mais diversas individualidades acabo por chegar em lugar algum e tendo como resposta um ponto de interrogação maior do que o da minha própria pergunta.

Nevermind, como diria o Kurt. E olha o fim que ele teve! Será que foi a falta de respostas? Ou o excesso de perguntas? Deixa pra lá. Já fiz perguntas sem resposta demais pra um post.